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domingo, 23 de dezembro de 2012

Papel do Conselho Escolar na educação escolar

Tudo que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também.Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda ,considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse país democraticamente” (Paulo Freire). Passamos por vários processos: capitalismo, ditadura, enfim momentos nos quais era impossível haver uma participação popular nas decisões educacionais, mesmo que ínfima. Isso gerava um contrasenso, pois falar em educação é o mesmo que falar em participação, pois educar é totalmente diferente de treinar.Formar pessoas autônomas, sujeitos livres e responsáveis, é um desafio a ser aceito pelos educadores e ; nesse processo de formação humana surge a importância do Conselho Escolar. O Conselho Escolar é o espaço que todos os segmentos da comunidade escolar e da comunidade local têm para discutir e encaminhar ações que assegurem as condições necessárias à aprendizagem. Uma das funções principais do Conselho  Escolar é o não permitir que a escola reforce práticas que ajudem a manter a desigualdade social e a injustiça, pois numa sociedade contraditória, com interesses opostos em jogo, a tendência da escola é a de contribuir para que essa prática se torne comum.Fala-se tanto em  construção da cidadania , mas convém lembrar que  ser cidadão, segundo Paulo Freire, é o ser político, capaz de questionar, criticar,reivindicar, participar, ser militante e engajado, contribuindo para a transformação de uma ordem social injusta e excludente.O Conselho Escolar tem papel decisivo na democratização as educação e da escola. Ele é um importante espaço no processo de democratização, na medida em que reúne diretores, professores, funcionários, estudantes, pais e representantes da comunidade para discutir, definir e acompanhar o desenvolvimento do Projeto político-pedagógico da escola , que deve ser visto, debatido e analisado dentro do contexto nacional e internacional em que vivemos.A LDB é clara quando diz em seu artigo 14 que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática ensino público na educação básica de acordo com as suas peculiaridades, conforme os seguintes princípios: I-participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II- participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Lembramos ainda uma das metas do Plano Nacional de Educação(PNE), aprovado pela Lei nº 10.712, de 09 de janeiro de 2001 que é a de promover a participação da comunidade na gestão das escolas, universalizando, em dois anos , a instituição de Conselhos Escolares ou Órgãos equivalentes . Já estamos em 2012, prontos para colocar em prática o PND para os próximos dez anos (2001- 2020), momento no qual os Conselhos Escolares já foram (ou deveriam) ser implantados, ou mais que isso: em pleno funcionamento. Minha escola , que foi desmembrada de outra escola municipal, possui Conselho Escolar atuante, formado em 2011, depois de votada na Câmara Municipal o desmembramento, com a mudança do nome da escola, mas antes já possuía Conselho Escolar, que era o mesmo da outra escola.Segue abaixo a composição do Conselho escolar da EMEF “ Profª Marilei Schmidt Oliveira”.O Conselho Escolar de minha escola se reúne uma vez por mês, ou quando se torna necessária uma reunião.
ESTRURURA DO CONSELHO ESCOLAR DA EMEF “PROFª MARILEI SCHMIDT OLIVEIRA”
Especialistas de Educação:  Vera Lucia Guerra Rossi (Presidente)
                                                 Maria Cecília Canaver 
                                                   Rosangela Vieira Rodrigues (suplente)
Docentes:     Marcela Pires de Oliveira
                       Eliane Jacqueline Marino de Vasconcellos
                       Ana Paula de Oliveira
                       Claudia Elisabete Antonio
                       Arilson Chicarelli de Conti
                       Eloisa Maria Perezin
                       Elisabete Vieira Costa Campos
                       Sonia Prevedello
                       Scheila Roberta Fernandes 
                       Adriana Bernadete Correa (suplente)
                       Conceição Aparecida Demampera
Pais:             Regina Célia Paschoalão Delfino
                     Maria Lúcia Paulo
                     Luciana Lopes Buceze
                     Marta Janete da Silva
                     Márcia Aparecida Ferreira
                     Maria Madalena Caetano dos Santos
                     Silvana Aparecida Pinto Nunes Pereira (suplente)
                     Cilene da Silva Souza (suplente)
Alunos:      Rosalina Alves Calisto
                   José Bispo Pereira
                   José Bento dos Santos (suplente)
                   Cecília Lino da Silva Lívio                             
  
                                                   
Fazer uma educação onde haja a participação de todos na figura de seu Conselho Escolar    é um passo importante no processo histórico de um Brasil mais justo. Se considerarmos a escola pública como um espaço onde se constrói a verdadeira cidadania, veremos que o Conselho Escolar é o sustentáculo de Projetos político-pedagógicos  que se preocupam com a aprendizagem significativa, numa visão emancipadora. Um Projeto político-pedagógico elaborado apenas por especialistas não consegue representar os anseios da comunidade escolar, por isso ele deve ser entendido como um processo que inclui discussões sobre a comunidade local, as prioridades e objetivos da escola ( cada uma em particular) e os problemas que precisam ser superados, por meio da criação de práticas pedagógicas coletivas e da co-responsabilidade de todos os membros da comunidade escolar.Esse processo deve ser coordenado e acompanhado pelos Conselhos Escolares. A situação ideal é essa: Um Conselho Escolar dinâmico e atuante, coisa que dificilmente acontece nas escolas, pelo que eu posso perceber. Minha escola está inserida num bairro carente, onde os pais trabalham muito para garantir a  sobrevivência da família, não têm tempo ou não traçam prioridades para que arrumem esse tempo, para os filhos.Existem poucos pais que não se importam em assumir responsabilidades com a escola, muitos que são semi-analfabetos, outros que não se importam com a educação de seus filhos, outros que não participam por timidez, etc. A direção faz um trabalho sério, no sentido de envolver o Conselho Escolar, nas decisões pedagógicas e na procura de soluções para os problemas da escola.O mais difícil é envolver o Conselho em questões pedagógicas, pois ainda existe uma resistência em se pensar que a tomada de decisões não deve ser centralizada.A participação efetiva da comunidade na tomada de  decisões no ambiente escolar ainda é algo complicado, pois a maioria das pessoas não é politizada, não exercendo seu verdadeiro papel de cidadão.São adultos frutos de uma educação centralizada e não democrática, cabe à escola orientar esses adultos, o que não é uma tarefa muito fácil.Minha escola está num processo de democratização, onde problemas relacionados à aprendizagem, e ao cotidiano escolar são discutidos nas reuniões do Conselho Escolar, assim como o PPP ; estamos engatinhando nesse processo e acredito que vai levar um bom tempo, para que toda comunidade se envolva nessas questões com conhecimento de causa.A diretora, elabora a pauta da reunião em conjunto com seus parceiros (gestores), expõe essa pauta para os membros e dá oportunidade de todos participarem das discussões, fato que não ocorre, pois nem todos são engajados e tomam a palavra. Na maioria dos casos , os membros se limitam a tentar entender o assunto em pauta, para enfim dar sua aprovação sobre o que deve ser feito.O papel da diretora, no caso , é o de intermediar as discussões(que são poucas), esclarecer os pontos que são obscuros para os membros e finalmente amarrar a discussão, chegando a um denominador comum. A participação da comunidade deixa muito a desejar, se compararmos com as indicações teóricas dos textos estudados.Os textos nos apontam uma educação segundo os moldes de algo libertador, assim , se levarmos a educação segundo a teoria de Paulo Freire, teremos alunos críticos  e envolvidos , pais engajados e comunidade não indiferente.Acredito que se começarmos pela base, que são nossas crianças; no futuro teremos adultos conscientes de seu papel de cidadão.É preciso que tenhamos escolas que lutem muito para que haja um bom entrosamento entre comunidade escolar e comunidade que atua fora da escola, ou seja, que a própria comunidade que atua fora da escola ,atue também nas questões relativas à educação.A comunidade na qual minha escola está inserida gosta muito de participar dos eventos da escola, principalmente da festa junina. Este momento é muito esperado, pois é a oportunidade de ex-alunos visitarem a escola , pais se entrosarem com professores e funcionários num momento alegre e festivo.Sendo a escola um espaço privilegiado de formação do educando, não se limitando apenas a repassar conteúdos, podemos dizer que  a festa junina , no caso, é uma excelente oportunidade de entrosamento e socialização dos estudantes , pais e comunidade em geral. O blog da escola é um canal de comunicação entre a escola e a comunidade, talvez por ser algo com o qual a comunidade não está acostumada, é pouco visitado. Faço minhas indicações até no facebook, mas nem os educadores se envolvem, fato desolador! Outras estratégias serão criadas para que isso mude. Vou colocar no blog e divulgar posteriormente, qual a importância e o papel que o Conselho Escolar tem na educação de nossas crianças e jovens.Outro fato lamentável é a pouca vontade dos políticos em aprovar o PNE da década (2 011-2 020), por acharem que a melhora no piso salarial dos professores irá onerar os cofres públicos; assim como aconteceu na tramitação da LDB e do PNE na Câmara do Deputados e no Senado Federal, que foi objeto de disputa de interesses contraditórios dos grupos sociais organizados.Medidas isoladas não garantem a melhoria na qualidade da educação no nosso País, é preciso um conjunto de medidas que façam a diferença, para se garantir uma educação de qualidade.E para que se cumpra o que foi proposto nas metas, o papel do Conselho Escolar é primordial, agindo como fiscalizador e cobrando resultados.Mas para que isso aconteça é preciso que haja conhecimento de causa por parte do Conselho, pois de nada adianta  ficar em discussões vagas que não levam a nada.

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